segunda-feira, 12 de março de 2012

CONTAR E OUVIR LENDAS


“Palavras vão ao vento”... vão? Ao longo da existência humana, relatos diversos foram responsáveis pela construção da história, narrativas orais e escritas organizadas em uma trama capaz de criar e armazenar memórias, lembranças, culturas e tradições.

E você, também já ouviu e contou histórias por aí? Lendas, contos da carochinha... fantasmas, princesas, animais que falam, monstros que só poderiam existir na imaginação (ou não!), constituem elementos que nos formam como seres sociais e culturais. Somos as histórias que ouvimos e contamos...


Uma lenda, uma história fantástica ou horripilante, um "causo" qualquer, quem não tem pra contar? Como não parar para ouvir?


As narrativas orais são uma importante forma de socialização humana. Em um estudo sobre as maneiras de pensar na França do século XVII, para citar um exemplo, Robert Darnton analisa ocorrências que permitem entender como pessoas comuns percebiam o mundo, como o organizavam em suas mentes e como o expressavam em seu comportamento. Das fontes utilizadas por Darnton destacam-se registros de histórias que circulavam oralmente nesse período histórico “em torno às lareiras, nas cabanas dos camponeses, durante as longas noites de inverno (...)” (1986, p. 21).

Em uma versão primitiva do conto A Bela Adormecida, por exemplo, a jovem é violentada durante o sono por um príncipe – por sua vez casado como uma princesa, como haveria de ser! – e com ela tem vários filhos, sem que acorde. O encantamento que a mantém dormindo, apenas é quebrado durante a amamentação, ao ser mordida pela prole. O drama continua num segundo foco narrativo, que apresenta as tentativas da sogra do príncipe, uma ogra, de devorar seus netos bastardos (p.28). Contar histórias é uma tradição cultural milenar, uma delícia fácil de experimentar e partilhar!

E você, tem algum algum "causo" pra contar? Deixe aqui e compartilhe conosco!!!



segunda-feira, 5 de março de 2012

The Fantastic Flying Book



O curta The Fantastic Flying Books de Mr. Morris Lessmore foi, merecidamente, vencedor do oscar de melhor curta de animação, 2012.

Livros e leitura são nele retratados com singular sensibilidade e poesia... Vale a pena conhecer!

Acesso pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=Adzywe9xeIU








terça-feira, 24 de novembro de 2009

Literatura e Leitura Literária: Um convite ao prazer de viajar por mares ficcionais



“A vida está pulsando ali. O livro faz parte da casa, da comida,
da experiência, da maternidade, do cotidiano.”


Adélia Prado



É possível tornar um momento de leitura algo prazeroso? Como desenvolver o gosto pela leitura literária? Como formar(se) um leitor literário?

Vivemos hoje um grande desafio que envolve, tanto a reflexão sobre a importância da leitura literária na formação escolar de nossos alunos e sobre seu significado em nossa prática pedagógica, quanto a reflexão sobre a nossa prática de leitores. Refletir sobre o significado da leitura literária em nossas vidas e na formação escolar de nossos alunos quer dizer dispor-se, ao mesmo tempo, a ensinar e a aprender. É refletir sobre o lugar que ocupamos como formadores. É ampliar as possibilidades de fazer algo diferente, algo melhor. O desafio envolve, então, tanto refletir sobre nossa prática pedagógica quanto propor novas alternativas para o trabalho com a literatura na sala de aula.

A intenção predominante desta proposta é abordar esses desafios, por meio de discussões teóricas e de atividades práticas, relacionadas ao trabalho com a leitura literária no sentido de fortalecer habilidades, atitudes, conhecimentos e vivências adequadas que consolidem um letramento literário que faça parte da vida dos sujeitos, para além de sua formação escolar.
Para tanto, nossa ação precisa estar voltada para a produção de atividades e o desenvolvimento de possibilidades de trabalho com leitura literária de forma a despertar o gosto pela leitura em leitores com pouca experiência e/ou pouco interesse. Partimos do princípio de que ninguém é “obrigado a gostar de ler”, mas, que o “gosto” pela leitura pode e deve ser trabalho em cada indivíduo, em qualquer momento ou fase de sua vida. O propósito refletir junto aos diferentes atores, discentes e docentes, sobre o ato de ler, sobre as formas de tornar a prática de leitura literária um exercício mais que agradável, ou seja, uma prática desejável, saborosa!


TRABALHANDO COM A LITERATURA NA ESCOLA - PROPOSTA METODOLÓGICA

A metodologia sugerida para o desenvolvimento desta proposta está pautada em momentos expositivos seguidos de oficinas pedagógicas realizadas em pequenos grupos, considerando a particularidade de cada participante. Envolve uma reflexão das situações trazidas da prática, dentro e fora da escola. Os resultados das buscas serão compartilhados, dando espaço para a elaboração de novas estratégias de atuação. Desejamos que o movimento pedagógico proposto no curso possa iluminar práticas transformadoras na formação de leitores e por conseguinte, nas práticas pedagógicas em sala de aula e no dia-a-dia de cada indivíduo.


TÓPICOS DE TRABALHADO SUGERIDOS:


  • O que é a leitura literária e qual a sua importância
  • A escolha do livro de literatura
  • A leitura do livro – como e por que ler literatura
  • Narrativas literárias: as vozes (autor, narrador, personagens); os espaços; o tempo; tipos de narrativas.
  • Poemas e sua leitura na escola
  • A perigrafia do livro.
  • Pacto ficcional.

OFICINAS PEDAGÓGICAS:


Oficinas de leitura criam oportunidades para que todos descubram o prazer de ler e pra que esse prazer torne-se ferramenta no desenvolvimento pessoal de cada um.


  • Trabalhando “o gosto” pela leitura: contação de histórias, teatro de fantoches, livros brinquedo, diferentes gêneros literários, desenho, dramatização, mímicas etc.
  • Saliências textuais e imagens: como e por que influenciam a leitura.
  • Sarau de poesias
  • Tiras poéticas
  • Contos de fadas: uma caixinha de surpresas
  • Recontos: uma interessante estratégia de leitura
  • Rai Kai: a literatura das novas gerações
  • Música e literatura: a leitura textual e contextual
  • Identificando diferentes gêneros literários
  • Tribuna literária: É importante que se aprenda expor, oralmente e por escrito, de forma clara e organizada, a opinião sobre o que foi lido. Assim como ouvir o ponto de vista dos colegas, repensar sua própria opinião, defender seu ponto de vista ou mesmo mudar de idéia.
  • Construindo um roteiro de leitura.
  • Pausa protocolada: uma estratégia de prender a atenção e o interesse do leitor.
  • Texto desordenado: entendendo a seqüência narrativa e o eixo de condução literária.

[*] Algumas informações foram retiradas do caderno Literatura e Leitura Literária da Coleção Alfabetização e Letramento do Ceale.

[**] Para maiores detalhes sobre o curso entre em contato através do endereço: flavialcantara@yahoo.com.br ou flavialcantara@gmail.com

Capacidades da Alfabetização - Anos iniciais do Ensino Fundamental

PARA COMEÇO DE CONVERSA...


O QUE A CRIANÇA JÁ SABE?

Vamos, inicialmente, refletir juntos a respeito de como a criança começa a aprender a língua escrita. Assim poderemos colaborar de forma mais produtiva nesse aprendizado. Quando as crianças chegam à escola e à nossa sala de aula, elas já sabem muito sobre nossa língua. Falam tudo o que precisam para suas necessidades práticas do dia-a-dia e têm algum conhecimento sobre a escrita.

Esse conhecimento varia de criança para criança, dependendo da experiência social e escolar que cada uma delas já viveu. Por isso é importante para nós e para nosso trabalho responder à pergunta: o que essa criança já sabe? É a partir da resposta a essa pergunta que vamos planejar nosso trabalho, que tem como objetivo geral: levar a criança a falar, ouvir, ler e escrever melhor, ou seja, a desenvolver e a ampliar seu uso da linguagem.

Algumas crianças podem estar mais avançadas que outras em relação à compreensão de que a escrita representa a fala. Assim, precisamos conhecer as diversas idéias que elas podem ter sobre a escrita. Precisamos também, saber como trabalhar, ao mesmo tempo e na mesma sala, com crianças que estão em momentos diferentes de amadurecimento da escrita.
Pressupostos da aprendizagem e do ensino da alfabetização
Para pensarmos no processo de aprendizagem da alfazetização e, mais especificamente, do ensino das técnicas que envolvem o processo de ler e escrever em uma perspectiva social e prática, é importante considerarmos os seguintes pressupostos:
  • LÍNGUA E ENSINO DA LÍNGUA
  • ALFABETIZAÇÃO
  • LETRAMENTO
  • ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA

Desenvolvimento do aluno na leitura e na escrita
TRABALHANDO COM AS CAPACIDADES LINGUÍSTICAS DA ALFABETIZAÇÃO

O desenvolvimento das capacidades lingüísticas de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente e isso ocorre, principalmente, nos anos iniciais da Educação Fundamental.

Sabe-se que os três anos iniciais da Educação Fundamental não esgotam essas capacidades lingüísticas e comunicativas, que se desenvolvem ao longo de todo o processo de escolarização e das necessidades da vida social. Sabe-se, também, que o trabalho a ser feito nesses três anos iniciais não se esgota na alfabetização ou no desenvolvimento dessas capacidades lingüísticas. Mas elas são importantes porque é na alfabetização e no aprendizado da língua escrita que vêm se concentrando os problemas localizados não apenas na escolarização inicial, como também em fracassos no percurso do aluno durante sua escolarização.

O que se pretende oferecer, nesta abordagem, é uma expectativa das capacidades lingüísticas que as crianças devem desenvolver gradualmente, ou seja, daquilo que cada criança deve ser capaz de realizar a cada ano. O aprendizado e a progressão da criança, entretanto, dependerão do processo por ela desenvolvido, do patamar em que ela se encontra e das possibilidades que o ambiente escolar lhe propiciar, em direção a avanços e expansões.